terça-feira, 22 de junho de 2010

Pesquisadores UFMA divulgam soluções para o combate à Esquistossomose

Óleos extraidos da casca de limão, do rizoma de gengibre e da folha de pimenta são os aliados contra os moluscos



Pesquisadores da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) desenvolveram uma solução que tem propriedades moliscicidas, isto é, agem no combate aos moluscos. O óleo é eficaz mesmo quando empregado em baixas concentrações e é acessível aos moradores dos bairros periféricos de São Luís. O estudo é resultado da tese de doutorado de Romer Pessôa Fernandes, orientado pelos professores do Departamento de Química, Victor Mouchrek e Antônio de Souza.

Pensando em meios acessíveis para a eliminação de caramujos nesses locais, os pesquisadores da UFMA desenvolveram três soluções a partir da extração de óleos da casca do limão, do rizoma (raiz) do gengibre e da folha de pimenta, que têm propriedades de evitar a presença dos moluscos nas residências.

No passado, diversos produtos com propriedades moliscicidas foram testados, no entanto, apenas um foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a niclosamida. “A desvantagem do produto é que ele age em outras espécies da fauna. Durante a elaboração dos óleos, denominados óleos essenciais, nos preocupamos com a atuação da solução apenas sobre os caramujos, não sendo, portanto, prejudicial a outras espécies da fauna”, explica Romer Pessôa Fernandes.

Na pesquisa foi feita a extração de óleos essenciais, a captura dos moluscos com equipamento de proteção individual, orientação para os moradores de como evitar a doença e o contato com o caramujo e a análise dos moluscos. “A análise é feita, primeiramente, com o armazenamento dos moluscos em frascos de vidro transparentes, em uma solução de água desclorada e exposição à luz. Após o processo, os vidros são analisados, etiquetados e separados para futura análise individual, a fim de verificar qual estava contaminado”, diz o pesquisador.

Os estudos foram desenvolvidos no Laboratório de Combustíveis e Materiais (Lacom) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em parceria com o Laboratório de Físico-Química e Microbiologia do Pavilhão Tecnológico, Núcleo de Imunologia Básica e Aplicada (NIBA), Laboratório de Pesquisa em Química Analítica (LPQA) da UFMA e Central Analítica da Universidade de Campinas (Unicamp).

Esquistossomose

A Esquistossomose, doença parasitária popularmente conhecida como barriga d’água, é a segunda de maior incidência em todo o mundo, só perdendo para a malária. Em alguns bairros periféricos de São Luís, como Vila Embratel, Sá Viana e Coroadinho, são encontradas grandes quantidades de esquistossomos – caramujos transmissores – nos quintais das casas, esgotos, entre outras localidades. A falta de saneamento básico é um dos fatores que contribuem para a reprodução do molusco.

Perfil do pesquisador

Romer Pessôa Fernandes possui mestrado em Química Analítica pela Universidade Federal do Maranhão. Atualmente, cursa doutorado pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e é professor do ensino médio estadual e do Centro de Capacitação Tecnológica do Maranhão (CETECMA). Tem experiência na área de Química, com ênfase em Análise de Traços e Química Ambiental, atuando principalmente nos seguintes temas: efluentes de laboratório, calcita, tratamento de efluentes, efluentes ácidos e tratamento de água, degradação de polímeros e óleos essenciais.

Lugar: ASCOM/ UFMA
Fonte: Jéssica Melo
Notícia alterada em: 06/05/2010 10h22

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