terça-feira, 22 de junho de 2010

Aquecimento global e saúde

Professora do curso de Geografia afirma que fenômenos climáticos contribuem para o agravamento de doenças respiratórias e de veiculação hídrica



As mudanças climáticas, resultado da ação do homem sobre o meio ambiente, influenciam no desenvolvimento de doenças respiratórias (sinusite, rinite alérgica, bronquite) e doenças de veiculação hídrica (cólera, dengue, amebíase, doenças diarréicas). A discussão sobre a relação entre clima e saúde é antiga, no entanto, a face negativa dessa analogia é agravada com o aquecimento global.

O pulmão, um dos órgãos que mais tem contato com o meio externo (através da respiração), e a pele, organismo diariamente exposto aos raios solares, são os que mais sofrem com as elevações da temperatura. Mas não se pode determinar que mudança climática seja a única causa do aparecimento dessas doenças, visto que problemas sócio-econômicos, como a falta de políticas públicas (saneamento básico), são responsáveis pela proliferação de doenças de veiculação hídrica, por exemplo.

Os problemas de saúde envolvem diversos tipos de fatores que vão desde a predisposição individual para desenvolver a patologia até a incidência de eventos extremos como verões ou invernos excepcionalmente chuvosos ou secos. De acordo com a professora de Geografia da UFMA, Márita Ribeiro, acordos internacionais e estudos sobre medidas para minimizar os efeitos das mudanças climáticas devem ser feitos em micro e macro escala. “Só agora que iniciaram pesquisas em relação à qualidade do ar em São Luís, e estudos como estes devem ser feitos em escala nacional, regional e local, já que a incidência de carros na capital já era algo previsível”, declara.

Na geografia há duas alas de discussão sobre o aquecimento global. A ala extremista dita as previsões mais catastróficas do mundo enquanto a segunda defende que as mudanças climáticas são sazonais e que a terra já passou por esse fenômeno anteriormente. Porém, a influência do aquecimento nos problemas de saúde é provada cientificamente e ainda gera inúmeras discussões. A Dengue, além de ser uma doença originada pela falta de saneamento básico, tem no clima tropical um ambiente suscetível para atuação do mosquito. A multicausalidade das patologias deve ser constantemente lembrada, visto que há inúmeros problemas sócio-econômicos que contribuem para o agravamento dessas doenças.

Perfil da pesquisadora Márita Ribeiro

Possui graduação em Geografia Bacharelado (1990) e mestrado em Saúde e Ambiente (2004) pela Universidade Federal do Maranhão. Atualmente, é professora da UFMA e está cursando o Doutorado em Geografia Humana no Programa de Pós-Graduação da Universidade de São Paulo - USP. Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia Humana, atuando principalmente nos seguintes temas: epistemologia da geografia, planejamento ambiental, saúde e ambiente, clima e saúde, paisagem e cultura, e indicadores ambientais urbanos.

Lugar: UFMA/ASCOM
Fonte: Jéssica Melo/ASCOM/UFMA
Notícia alterada em: 24/03/2010 15h51

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